10 de março de 2014

Inspiração: Lupita Nyong'o

Conhecida de todos após o Oscar, Lupita Nyong'o era uma ilustre desconhecida para mim até sábado (01/03), quando assisti 12 Anos de Escravidão. Pelo papel nesse filme (muito bom por sinal!), Lupita ganhou o Oscar nesse penúltimo domingo pela categoria melhor atriz coadjuvante. Dias antes porém ela havia recebido um outro prêmio como melhor artista revelação no sétimo Black Women in Hollywood Luncheon e nele fez um discurso lindo de morrer!



Eu não consegui achar o vídeo com legendas, por isso vou apenas colocar algumas parte dele aqui para nós e deixar o link para quem quiser assistir. Mas olha, vale a pena: além de curto é muito bonito. :) 

"Eu gostaria de aproveitar essa oportunidade para falar sobre beleza. Beleza negra. Eu recebi uma carta de uma menina e eu gostaria de compartilhar um pequeno pedaço com vocês "Queria Lupita", a carta dizia, "eu te acho muito sortuda por ser tão escura e ainda assim bem sucedida em Hollywood do dia para noite. Eu estava prestes a comprar um creme branqueador para clarear minha pele quando você surgiu e me salvou."
Meu coração sangrou um pouco quando li essas palavras. Eu nunca imaginei que meu primeiro trabalho fora da escola poderia ser tão poderoso em tanto sentidos ao ponto de me colocar como exemplo de esperança da mesma forma que A cor Púrpura foi para mim.
Eu me lembro de quando eu não me sentia bonita. Eu ligava a televisão e só via pessoas de pele clara. Eu me sentia provocada e insultada pela minha pele escura. E minha única prece a Deus, o milagroso, era para que eu pudesse acordar mais clara. [...]
E quando eu era adolescente meu ódio por mim mesma cresceu, como vocês podem imaginar. Minha mãe me lembrava de que eu era bonita, mas isso não era uma consolação: Ela é minha mãe, é claro que ela me acha bonita. E então Alek Wek surgiu na cena internacional. Uma celebrada modelo, tão escura quanto a noite, ela estava em todas as passarelas e em cada revista e todos falavam sobre o quão bonita ela era. (...) Quando eu vi Alek eu inadvertidamente via meu reflexo e não podia negar. Agora, eu possuía uma perspectiva porque eu me sentia vista, mais apreciada pelos distantes guardiões da beleza, porém ao meu redor a preferência pela pele branca prevalecia. Para aqueles que eu pensava importar, eu continuava a não ser bonita. E minha mãe repetia para mim "Você não pode comer beleza. Ela não te alimenta." E essas palavras me atormentavam e incomodavam; eu não as entendia completamente até finalmente perceber que beleza não era algo que eu poderia adquirir ou consumir, era algo que eu simplesmente tinha que ser. 
E o que minha mãe queria dizer era que você não pode contar com a sua aparência para garantir ser sustento. O que nos sustenta... o que é fundamentalmente belo é compaixão por nós mesmos e por aqueles ao nosso redor. Aquele tipo de beleza que incendeia nossos corações e encanta a alma. (...)"

Para conferir o discurso na íntegra e ver o vídeo, cliquem aqui (ambos em inglês).

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