19 de setembro de 2014

Militância diária

Vez ou outra eu me pego descobrindo que coisas que, de certa forma, tornaram-se triviais para mim ainda são um certo taboo para outras pessoas. Talvez esse seja o mal (muito bem-vindo) que a vida universitária trás para a gente: com o contato com tanta gente diferente da gente, nosso universo se expande e coisas que nós nunca entendemos muito ao certo ganham nome, significado e, às vezes, até o nosso apreço. 
E eu poderia citar aqui tantas, mas tantas coisas. Mas hoje queria falar só sobre feminismo. E não vou falar muito não, porque isso renderia linhas e linhas de texto e com toda certeza eu não daria conta de abarcar todas as maravilhas que esse ismo - que tanta gente traduz de forma errada - fez e faz de bom para todos nós (sejamos homens ou mulheres). Mas vale aqui lembrar o essencial: feminismo luta por um mundo mais justo e livre, com menos rótulos e pressões. E é por ter esse objetivo tão legal que qualquer pessoa que faça algo contra essa luta acaba caindo no meu conceito. É claro que nem sempre é fácil, afinal, nós vivemos em uma sociedade extremamente machista e conseguir policiar nosso pensamento para que nós não sejamos agentes reprodutores desse pensamento está looonge de ser uma tarefa simples. Mas ela é possível de ser treinada, e hoje eu trago um exemplo de rapper muito legal que nos prova isso: a DJ Luana Hansen.


Se não bastasse ser mulher, negra, lésbica e da periferia, Luana também é rapper - estilo completamente dominado pelos homens e sabidamente machista. Em uma ótima entrevista que ela deu à Revista Geni (leiam aqui), ela resumiu um pouco sobre como é apresentar-se nesse meio:
"Em evento de rap, eu vejo a cara das pessoas quando eu canto: 'Sim, eu sou mulher, estou pronta pra lutar'. É muito louco: os manos ficam em choque, o público delira, e as mulheres, sejam militantes ou não, de todas as idades, vêm todas falar com a gente: 'Nossa, que demais, existe!'."
E no diante desse universo opressor Luana, lutadora como é, trouxe uma resposta ao Emicida, na altura que sua música Trepadeira merecia. Não sei se vocês conhecem, mas na letra o rapper cita uma série e flores para maldizer uma mulher que como ˜crime˜ tem uma vida sexual ativa. Tipo... Sem comentários. Mas foi em resposta a essa música que Luana saiu com Flor de Mulher e ela é minha sugestão para vocês. Ouçam, cantem e compartilhem! :)


Vivendo num sistema machista e patriarcal onde se espancar uma mulher é natural...


PS: apenas animadíssima porque hoje vou em uma festa em que ela é uma das atrações hehe

Nenhum comentário:

Postar um comentário